Marcas com propósito: grifes apostam na sustentabilidade e na produção justa

Uma safra de novas marcas vem procurando ressignificar a moda, criando roupas que apostam em princípios como sustentabilidade e produção justa.

Nascida a partir de meados dos anos 90, em pleno bombardeio de informações da era digital, a geração Z (ou pós-millenial) procura mais transparência em suas relações e busca comprar de forma mais criteriosa – apelidados de True Gen, os zês querem se ligar às marcas de maneira profunda, se identificar com seus valores e não consumir apenas por consumir. Da mesma forma, uma nova safra de grifes não quer criar apenas por criar: buscam ressignificar a moda, a partir de princípios como a sustentabilidade, a produção justa, o desenvolvimento social, o empoderamento feminino e a economia colaborativa. Em resumo, impactar de forma positiva a sociedade e o planeta ao seu redor.

São marcas que já nascem com essa mentalidade atrelada às suas bases e ao seu business plan. “A geração mais jovem carrega esse pensamento intrínseco: é minha obrigação com o mundo ter propósito – não existe outra opção”, conta Fabiana Pereira Leite, coordenadora de moda do Sebrae do Rio de Janeiro, que encabeça o projeto Sebrae Moda Sustentável. Lançada no ano passado, a iniciativa acompanhou 40 grifes durante 15 meses (uma nova edição acontecerá em 2019). “Ajudamos as marcas a desenvolver os cinco pilares da sustentabilidade: social, ambiental, econômico, territorial e cultural.”

Foi com essa consciência, por exemplo, que surgiu a label de acessórios de palha Na Praia: em 2017, após passar pelo marketing de uma grande rede de varejo, a baiana radicada em São Paulo Mariana Imbassahy percorreu durante um mês o Nordeste para conhecer de perto comunidades da região. Hoje, a Na Praia trabalha com mais de 160 artesãs espalhadas por cinco estados (Maranhão, Alagoas, Ceará e Bahia, além do Mato Grosso), que levam até uma semana para produzir uma bolsa. O Instituto Ybi é outro que fez do desenvolvimento social seu propósito: sob o comando de Renata di Paula, a marca desenvolve joias com quartzos encontrados pela região semiárida da Paraíba e lapidados por artesãos locais capacitados por ela. A economia colaborativa também permeia esta nova geração: na Dotz, do argentino Rodrigo Doxandabarat e do paulista Anderson Presoto, os desenhos que estampam as espadrilles são eleitos entre as sugestões enviadas por designers gráficos e artistas de todo o Brasil através do site da marca. Ao ter sua ilustração ou pintura escolhida, o autor passa a receber uma porcentagem sobre os pares vendidos (que são desenvolvidos com algodão orgânico).

Texto extraído do site da Vogue.
Leia o texto na íntegra em:
https://vogue.globo.com/premio-muda/noticia/2018/10/marcas-com-proposito-grifes-apostam-na-sustentabilidade-e-na-producao-justa.html

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